sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pessoas

Eu conheço pessoas. Umas são mais importantes do que outras, ou seja, tem gente que faz parte da minha vida mais intensamente. O que não impede que eu as odeie. E nada impede também que eu ame mais aquelas pessoas que não fazem parte da minha vida. Mas vou deixar claro: eu tentarei gostar de todo mundo, assim como também tentarei atrair todos eles. Eu quero gostar de você; nem sempre rola, mas eu quero muito, muito, muito me dar bem com você. Para mim, para mim as pessoas estão ocupadas demais, ou eu estou desocupado demais. Eu não sei. Só sei que as pessoas não parecem tão próximas. Uma coisa que a modernidade fez foi tornar as pessoas mais próximas, fisicamente falando, com a liberdade maior que as coisas tomaram. Mas os corações continuam afastados. Mesmo quando as pessoas fazem sexo, por exemplo, às vezes elas estão tão distantes, que mesmo estando dentro de outras, elas não sabem quem elas são. Eu gosto de saber, conhecer, eu gosto de entender as pessoas, e meu vício é tentar me aproximar de todas elas.

Só eu sei que não estou me saindo muito bem, e eu sei que eu sofro tentando me sair bem. Eu devia odiar as pessoas, eu devia ser antissocial, porque elas me tiram do jogo; mas eu simplesmente não consigo deixar de procurar as coisas boas nesses seres imperfeitos. Existe uma coisa chamada convenção. Um namoro é uma convenção. Uma amizade é uma convenção. Um casamento é uma convenção. O.k., não estou dizendo que todas as coisas devam se misturar, não sou tão moderno assim. Porém eu tenho a convicção de que nada disso consegue medir o sentimento. Você não sabe se seu marido ou sua mulher te ama mais do que os amigos que eles possam ter, e nem é obrigado o seu amigo gostar mais de você do que de uma pessoa que ele mal conhece. Existe uma coisa chamada ciúme. Eu sou ciumento. Eu desejo ser o mais amado por todos. Eu sei que isso não acontece, mas sei do meu potencial para te conquistar. Às vezes quando dois amores meus estão abraçados, eu fico confuso, sem saber de quem eu estou com ciúmes. E existe uma coisa chamada demonstração. Mas me faltam palavras, me faltam mãos, e me faltam pernas para te mostrar o quanto eu sinto por você. Eu amo muita gente e eu acho que a maioria não me leva à sério porque eu não sei exibir o calor do meu sentimento. Se eles lessem nos meus olhos, se eles lessem em meus pensamentos, se eles soubessem olhar através do que os olhos podem ver, eles veriam meu amor. Eu sou diferente, meu modo é diferente, e eu sei que eles não precisam se adequar a mim e eu é que tenho que me adequar a eles; mas nem sempre dá.

Eu desejo ser mais próximo de todos vocês, meus amores. Eu desejo que vocês me sintam penetrar em suas almas, e que vocês invadam a minha. O amor não é medido, mesmo que a gente meça. O amor não deixa que a gente coloque outras coisas à frente dele, mas a gente coloca. Fazer o quê? Este é só um recado para você, meu amor, que pensa no amor, de qualquer forma que você o entenda. Espero que ame quem você queira, no momento que você queira; mas nunca deixe de olhar para quem pode te dar amor. Eu posso. Todo mundo pode. Eu sei que existe também uma coisa chamada incompatibilidade de personalidades, mas você não saberá se não tentar. E mesmo os incompatíveis podem se compatibilizar, e as pessoas podem mudar; eu nunca vi acontecer, mas elas podem mudar. Tirando o preconceito, a hipocrisia e a futilidade, todos nós sabemos amar. Me ama, vai... Quero me aproximar.