segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Hurry... hurry... hurry!

Estou com pressa, não vou me alongar. Estou com pressa, eu preciso chegar. Estou com pressa, é necessário ganhar. Corremos para ganhar dinheiro e corremos também na hora de gastá-lo, porque se pararmos, vamos perder mais dinheiro. Corremos para chegar na frente e eliminar o outro, na verdade os vários outros que estão por aí também correndo por alguma coisa. Sem pressa podemos perder o ônibus, perder o horário do trabalho, e com isso, perder dinheiro. Pressa + dinheiro = capitalismo selvagem.

É fato que, se não nos apressarmos, perderemos um monte de chances. Mas outro fato é que, se não pararmos para pensar, não poderemos saber para onde correr, e correr para o lado errado é a maior perda de tempo do mundo. Talvez eu seja um pouco lento e despretensioso demais para defender a ideia de correr, mas todos devem concordar que há horas de correr e horas em que se deve pisar firme no chão e apreciar por um momento as razões por que corremos. Só estando ciente do momento certo de se apressar é que podemos tomar decisões acertadas para a próxima corrida. Como um fórmula-1, que tem por missão chegar na frente dos outros, mas que sabe também montar uma boa estratégia, e nos pit stops, acertar o motor, alinhar os pneus e encher o tanque para uma nova rodada. É isso. Precisamos entrar no pit stop em determinado momento para reiniciar toda a estrutura dos nossos desejos. Não é à toa que a maioria das corridas ultimamente estão sendo decididas nos boxes... ou em ordens para os pilotos deixarem seus companheiros passar (mas isso já é outra coisa).

Pois é, meus pobres coelhos brancos de colete, de vez em quando deixem a Alice passar à frente, porque... Vocês sabem, não é? Ela caiu no buraco! Tudo bem que era tudo um sonho, mas você quer mesmo contar com isso? Precisamos parar e ver as coisas belas e pequenas (e raras e passageiras) que estão ao nosso redor. Talvez ficar parado por um tempo te leve a se sair muito melhor quando chegar a hora de correr. Nem tudo é o que parece, e uma parada pode te levar ao topo. Cabe a você, a mim e a todo mundo saber o momento. Não é fácil, não terá setas nem sinais que indiquem onde e quando, mas o jogo é duro... correndo ou paralisado, a vida é dura. E se errarmos, sempre poderemos correr ou ficar parados de novo e recuperar o tempo perdido, da forma que o momento pedir. Agora eu tenho que ir.