Inspirado pela reportagem da São Silvestre exibida no Globo Esporte de hoje, que mostrou os corredores que chagaram por último, resolvi fazer esta postagem.
Adriana, última colocada na São Silvestre
Não, eu não vou falar que ela tem que se sentir uma vencedora, não importando a colocação que tenha obtido. Isso todo mundo já disse. É só que me fez pensar no tempo...
Se tudo é relativo, o tempo também é. Cinco minutos de euforia podem superar uma hora de monotonia. Ou - como tudo é relativo - pode ser ao contrário: cinco minutos de monotonia podem superar uma hora de euforia. O que há de interessante a se notar é que, além disso, o tempo é uma coisa atemporal. Um longo segundo de espera para quem tem pressa... uma rápida emoção para o aventureiro... um longo e lento lance de felicidade que deveria durar mais.
Somos quenianos, corredores profissionais, filhos do vento e acostumados a ganhar. Somos brasileiros, gordinhos que chegam ao final e rápidos no próprio tempo. Quarenta e poucos minutos para uns, três horas e quarenta para outros. Nesse tempo, quem viveu mais? quem respirou mais? quem se satisfez mais com o tempo fora de controle? quem?... Diga você, porque eu, que nem sei o que o meu tempo me diz e sei que talvez ele esteja mesmo mudo, não me arriscarei a dizer.